terça-feira, agosto 08, 2006

Tiro... certeiro?

Branca como tu. Esta espuma violenta e caprichosa, sedenta de encontros ruidosos, assustadoramente naturais.
Fria, quase tão gelada como a tua rebeldia, cega e indiferente, resumo das linhas que escreves no teu pequeno caderno rasurado.
Incandescente, esse teu invulgar jeito para os outros, como se a vida fosse sempre um jogo, o teu jogo de bilhar, em que a bola branca é tua e o taco resume-se à vontade de acertar, finalmente, na preta que insiste em aguardar, escondida num cantinho a que ainda não chegaste.
O ritmo desconhece a melodia. Porque o compasso imprevisível das tuas pautas é em si mesmo a unica saída para o túnel longo e irregular que soubeste construir.

3 Comments:

Blogger JohnnyBoy said...

"Amaram um amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
as costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade distante do mar
Amaram o amor serenado das nocturnas praias
levantavam as saias e se enluaravam de felicidade
naquela cidade que não tem luar
Amavam um amor proibido pois hoje é sabido
Todo mundo conta
que uma andava tonta
grávida de lua
e
outra andava nua
ávida de mar
E foram ficando marcadas
ouvindo risadas
sentindo arrepios
olhando pro rio
tão cheio de lua e que continua
correndo pro mar
E foram correnteza abaixo rolando no leito
engolindo água, boiando com as algas
arrastando folhas, carregando flores
e a se desmanchar
E foram virando peixes, virando conchas
virando seixos, virando areia
prateada areia com lua cheia
e à beira mar"
'Mar e Lua' de Chico Buarque

11:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de não te conhecer queria que soubesses que adoro o que escreves..os textos são simplesmente lindos..há sempre uns que prefiro mais que outros, mas sem dúvida que tens talento :)
Continua**

Rita

4:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Que se concorde com a Rita! Há, de facto, aqui um talento em potência. Um blogue a seguir...

5:38 da tarde  

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